Capítulo 3 – Treinamento Noturno e o Banho Proibido
A academia Tenkaichi era silenciosa à noite. O campo de futebol vazio, a piscina escura e o vento assobiando pelos corredores davam uma sensação de liberdade... e perigo.
(Riome): — Ginásio fechado às 22h... Que tipo de "treinamento especial" é esse?
Ele abriu a porta com cuidado. As luzes internas estavam apagadas, mas uma silhueta o esperava no centro da quadra iluminada pela lua.
(Aika): — Achei que você não viria.
(Riome): — Não achei que você fosse do tipo que quebra regras.
(Aika): — Eu sou do tipo que testa limites.
Ela girou a bola no dedo. Estava vestida com um uniforme de treino extremamente colado ao corpo, suado e um pouco curto demais.
(Aika): — Ouvi dizer que você joga bem. Quero ver isso com meus próprios olhos.
Sem aviso, lançou a bola contra ele.
Os dois começaram um duelo improvisado. Passes, dribles, toques rápidos. Aika era veloz, técnica. Riome, mais direto e agressivo. O ar vibrava com a movimentação.
Em um movimento ousado, Aika tentou tomar a bola e os dois colidiram, caindo juntos no chão liso da quadra.
(Riome): — Você tá bem?
(Aika): — ...Tô mais preocupada com você. Meu corpo todo caiu em cima do seu.
Ela estava literalmente sobre ele. As pernas entrelaçadas. Os rostos a centímetros de distância.
(Aika): — Se fosse uma luta, você teria perdido.
(Riome): — Não sei... talvez eu tenha ganhado alguma coisa também.
Ela corou. Um segundo de silêncio. E então levantou de súbito.
(Aika): — V-Vamos terminar por hoje! Já tá tarde demais…
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20 minutos depois – Banheiros dos atletas
Riome entrou no vestiário masculino vazio e se jogou na água quente da banheira coletiva. A luz era fraca, o vapor subia aos montes.
(Riome): — Isso... sim é vida.
Mas então, a porta do banheiro se abriu. Passos leves. Um barulho de roupa sendo tirada.
(Aika): — Ugh, que calor! Preciso de um banho urgente...
(Riome): — !!!
Ele se encolheu na água até só o nariz ficar pra fora. Aika entrou na banheira com uma toalha curta cobrindo o corpo. Só depois de alguns segundos ela o viu.
(Aika): — AHHH!! O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI!?
(Riome): — Eu cheguei antes! Esse é o banheiro masculino!
(Aika): — (encarando) ...Sério mesmo?
(Riome): — SIM!!
Silêncio. Aika, ainda dentro da água, respirava fundo.
(Aika): — Então... você já viu, né?
(Riome): — Eu não vi nada! Só... senti!
(Aika): — Sentiu!?
Ela pulou na direção dele, a água agitando tudo. A toalha escorregou um pouco e o corpo de Aika encostou no de Riome.
(Aika): — Agora é tarde, Riome. Você vai ter que assumir a responsabilidade…
Ela se aproximou, os rostos quase se tocando. Mas então — BAM!
(Keita, do lado de fora): — ÔÔ!! O que tá rolando aí!? Tão usando a banheira como motel!?
(Aika): — AAAAAH! IDIOTA!
Ela levantou tão rápido que a toalha voou para trás, e Riome teve um vislumbre rápido demais. Um segundo depois, ela saiu correndo, rosto vermelho como tomate.
Ficando sozinho na água quente, Riome suspirou.
(Riome): — Isso não pode ser normal...