A torre do Hokage parecia mais alta naquela tarde. Os três subiram em silêncio, guiados pela urgência da mensagem. Naruto os esperava com expressão séria, ladeado por Shikamaru.
— Vocês chegaram rápido — disse Naruto. Seus olhos estavam firmes. — Recebemos sinais de uma presença desconhecida nas redondezas do País do Ferro. Chakra semelhante ao de Kinshiki... e talvez algo além.
Boruto engoliu em seco. — Então os Ōtsutsuki estão mesmo de volta?
— Não temos confirmação. Por isso preciso de vocês alertas. Não há missões agora... mas quero que fiquem atentos. Treinem. E estejam prontos.
Hajime apertou os punhos. — Eu vou proteger essa vila... mesmo que tenha que ir sozinho.
Naruto observou o garoto com um olhar estranho. Era como ver uma mistura do passado — um pouco de si mesmo, um pouco de Sasuke... e algo além.
Depois da reunião, o sol começava a se pôr. Os três caminharam pelos telhados de Konoha em silêncio, até que Sarada parou e se virou para Hajime.
— Ei... você falou sério lá dentro?
— Sempre falo. Por quê? — Hajime respondeu, confuso.
— Então vamos fazer uma aposta — ela disse, os olhos vermelhos brilhando com desafio. — Eu também quero me tornar Hokage. Quero ser a ponte entre o legado do meu pai e o do sétimo. E se você quer isso também... vamos ver quem chega lá primeiro.
Hajime ficou em silêncio por um segundo. Depois, sorriu.
— Hah! Tá falando sério, quatro-olhos?
— Eu uso óculos porque escolhi — rebateu ela com um sorriso afiado. — Então? Vai fugir?
— Fugir? Nem se eu tivesse morrendo. Tá apostado. Quem virar Hokage primeiro ganha... o quê?
— Hmm... o direito de mandar no outro por um dia inteiro.
— Fechado — Hajime respondeu, tocando o punho fechado no dela, em um selamento informal de promessa.
Boruto, ao fundo, observava a cena com um olhar misto de tédio e leve ciúmes.
— Vocês dois são esquisitos...
Sarada riu, mas seu olhar ficou mais suave ao encarar Hajime. A vila brilhava atrás deles, banhada pela luz dourada do crepúsculo.
E em algum lugar distante... olhos brancos como a lua observavam através de um portão dimensional.
"Herdeiros... de novo? Vamos ver do que são feitos..."