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Chapter 89 - Capítulo 89: O Caminho da Perda

A luz do vórtice havia desaparecido, deixando um silêncio denso no ar. O campo de batalha, antes vibrante com o caos e a destruição, agora estava vazio, como se tudo o que acontecera nunca tivesse existido. O vento, suave e morno, passava por entre as ruínas, mas não havia mais som, nem movimento. O Arconte do Caos estava consumido, mas o que restava não era a sensação de vitória, mas de um vazio imenso.

Elyss caiu de joelhos no chão, seus olhos fixos no local onde Ethan havia desaparecido. O medo, que ela havia conseguido controlar até aquele momento, agora se tornava uma presença esmagadora, se infiltrando em seu coração e preenchendo seus pensamentos. Ela sabia o preço que Ethan havia pago, mas o que significava essa perda?

— Ele… — Elyss começou a falar, mas a voz não saiu. Sua garganta estava apertada, como se a dor fosse insuportável demais para ser expressada em palavras.

Tang San se aproximou, seus olhos tão pesados quanto os de Elyss, mas ele não disse nada. Não havia palavras suficientes no mundo para expressar o que todos sentiam naquele momento. Ele sentou-se ao lado dela, olhando para o espaço vazio onde Ethan havia se sacrificado. O som da respiração pesada era tudo o que quebrava o silêncio.

O tempo parecia ter parado, como se o universo estivesse aguardando algo. Mas, o que poderia acontecer agora? O maior inimigo havia sido derrotado, mas o custo disso era a ausência de Ethan, aquele que havia liderado a batalha, o que havia se sacrificado para garantir a sobrevivência de todos.

Elyss ergueu a cabeça, seus olhos marejados refletindo a luz suave do pôr do sol. Ela sabia que algo deveria ser feito. Eles não podiam simplesmente aceitar a perda sem tentar compreender o que havia acontecido. Ethan havia entrado em uma nova dimensão, uma linha do tempo fragmentada. Ele ainda estava lá, mas onde? E como poderiam trazê-lo de volta?

— Precisamos encontrar uma maneira de trazê-lo de volta — disse Elyss, sua voz agora mais firme. Ela levantou-se, os olhos ardendo com a mesma determinação que sempre estivera presente em Ethan. — Ele não pode ter se ido para sempre. Não podemos deixar isso acontecer.

Tang San olhou para ela, suas expressões tão carregadas de conflito quanto as dela. Ele sabia que havia algo mais acontecendo aqui. Ethan não estava apenas perdido em um espaço vazio. Ele havia se sacrificado para impedir a destruição, mas a dor da separação era real, e ele também sentia a angústia de não saber o que viria a seguir.

— Não sei se há como voltar de onde ele foi, Elyss — respondeu Tang San, sua voz baixa, mas grave. — Mas... nós temos que tentar.

Os dois se levantaram, decididos a encontrar uma resposta. O que Ethan havia feito não era apenas um sacrifício físico, mas algo muito maior. Ele havia tocado a essência da realidade, mergulhado no Nexus e na trama do multiverso. Agora, eles precisavam de respostas. Eles precisavam buscar mais conhecimento.

Elyss, com sua espada de luz reluzindo sob o sol, e Tang San, com o Martelo do Céu Claro em suas costas, começaram a caminhar em direção ao que restava do campo de batalha. As forças do Caos haviam sido dissipada, mas o vácuo deixado por Ethan parecia se estender para além do espaço físico.

Em meio ao silêncio, uma pequena figura apareceu à distância. Uma sombra, quase invisível, se movia entre as ruínas. Elyss e Tang San se alertaram imediatamente, suas expressões se endurecendo. Alguém se aproximava, e o que quer que fosse, não era uma boa notícia.

À medida que a figura se aproximava, ficou claro que não era um inimigo direto, mas uma presença familiar. Um ser humano, com uma aura misteriosa, que parecia caminhar pelas linhas do tempo como se fosse parte delas. Seus passos eram suaves, mas pesados com um significado profundo.

— Eu sabia que vocês viriam — disse a figura, sua voz ecoando como se viesse de um lugar distante. Quando ela saiu da sombra, os dois reconheceram a presença imediatamente.

Era Luce, o Guardião do Vórtice.

— Luce... — Elyss sussurrou, sua expressão confusa. — O que aconteceu? Ethan... Ele se foi.

Luce não respondeu de imediato, mas deu um passo à frente, seus olhos azuis brilhando com uma intensidade estranha. Ele olhou para o céu, para onde o vórtice de energia havia sido dissipado.

— Ethan não foi perdido, mas ele não está mais aqui da maneira que conhecemos. O que ele fez foi abrir um portal entre as realidades, mas ele não pode retornar sozinho. O que aconteceu foi uma mudança no tecido do próprio universo. Ele está em um lugar onde não podemos alcançá-lo com os meios normais.

Tang San deu um passo à frente, sua mão firmemente agarrando o Martelo do Céu Claro.

— Então, o que podemos fazer? Como podemos trazê-lo de volta?

Luce observou-os, seu olhar sério.

— Não há um caminho simples para isso. Ethan tocou a essência do Nexus, e agora ele está em uma interseção entre os mundos. O que ele fez foi necessário para selar a ameaça do Caos, mas ele se tornou parte de algo maior, algo que não pode ser manipulado facilmente. A única maneira de restaurá-lo seria encontrar o próprio Nexus, o coração dessa conexão entre as realidades.

Elyss e Tang San trocaram olhares. O Nexus... isso significava que sua missão agora não era apenas salvar Ethan, mas desvendar o próprio mistério da existência.

— Então, como chegamos até lá? — perguntou Elyss, sua voz cheia de urgência.

Luce fechou os olhos por um momento e, quando os abriu novamente, havia algo como um sorriso triste em seu rosto.

— Isso será uma jornada mais longa e mais perigosa do que qualquer coisa que tenham enfrentado até agora. O Nexus está além dos limites do que conhecemos. Ele não é um lugar físico, mas uma estrutura, uma rede que conecta tudo o que existe. Para chegar lá, terão que atravessar os próprios limites da realidade.

Ele olhou diretamente para eles, sua expressão grave.

— Estão prontos para essa jornada?

Elyss e Tang San não hesitaram. Eles não tinham mais escolha. O caminho à frente seria repleto de desafios imensos, mas a vida de Ethan estava em jogo, e eles estavam dispostos a ir até o fim para trazê-lo de volta.

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